quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá - uma história de amor sem limites


Olá!


Jorge Amado, grandioso escritor de nacionalidade brasileira, presenteou-nos com uma das mais emocionantes histórias de amor. Quando Jorge Amado escreveu este romance, fê-lo a pensar na prenda de anos para o seu filho mais velho, João, quando este estava prestes a completar um ano de idade. Jorge Amado estava exilado em Paris, em 1948, devido às circunstâncias da sua vida.

O autor afirma que a obra é um romance, dado tratar de “uma história de amor”. Este subtítulo da obra faz-nos imaginar um romance, vivido entre as personagens principais, o Gato e a Andorinha. É uma narrativa onde há uma mescla entre o diálogo, a narração e a descrição das personagens.


O que vamos encontrar é um amor impossível, entre um gato e uma ave, supostos inimigos por natureza. "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" revela-nos um mundo de fantasia, em que estes dois animais, de espécies distintas e mundos diferentes, acabam por se apaixonar. O Gato Malhado, animal temído pelos outros animais do parque, com a sua aparência agressiva e rebelde, não passa de uma criatura solitária, que apenas procura quem o compreenda. A Andorinha, uma ava brincalhona e destemida, enfreta com coragem, este Gato Velho que nunca teve verdadeiros amigos. E...como por magia, eis que, lentamente, a amizade vai surgindo entre eles, acabando por dar lugar a um amor sincero, verdadeiro e puro, livre.


Mas, os restantes animais não compreendem, nem tão pouco aceitam que uma andorinha se enamore de um gato, logo o Gato Malhado. Por isso, uma "chuva de críticas" vai fazer toda a gente acreditar que se trata de um amor impossível, pois os seus intervenientes são diferentes, pertencem a mundos opostos. Metaforicamente falando, Jorge Amado tece duras críticas ao mundo dos humanos, recorrendo à simplicidade do mundo animal. Tal como acontece entre os homens, o racismo impera no reino animal e o Gato e a Andorinha vêem o seu amor condenado a um desfecho trágico. Infelizmente, este tipo de situação é mais comum no reino dos humanos do que aquilo que possamos imaginar.


Muitas vezes olhamos as pessoas e tendemos a discriminá-las pelas razões mais absurdas. A etnia, religião, cor da pele, crenças, estatuto social, preferência sexual não podem fazer com que se rejeite o outro por ser "diferentes". Vivemos num mundo onde a diferença faz a união. Todos diferentes, mas todos iguais. Como nos diz Jorge Amado...


“O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha”.


Gatos e andorinhas, brancos, pretos, doutores e analfabetos, todos somos iguais, todos temos direito a amar e ser amados! O mundo só será justo quando o racismo, a discriminação, a intolerância derem lugar à Igualdade de Direitos, à Paz, à Solidariedade.

Todos juntos fazemos melhor.
Um abraço.

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